O esgotamento profissional, popularmente conhecido como burnout, é um problema que vem ganhando cada vez mais destaque no Brasil, especialmente após o período crítico da pandemia de COVID-19. Este fenômeno, reconhecido oficialmente como uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, afeta milhões de trabalhadores em todo o mundo, incluindo uma parcela significativa da força de trabalho brasileira.
O que é o burnout?
O burnout é uma síndrome caracterizada por um estado de exaustão física e emocional causado pelo estresse crônico relacionado ao trabalho. Essa condição afeta principalmente pessoas que enfrentam pressões intensas em suas rotinas profissionais, como metas inalcançáveis, sobrecarga de tarefas, falta de reconhecimento e um ambiente de trabalho tóxico.
Os sintomas do burnout incluem cansaço extremo, sensação de incapacidade, despersonalização (distanciamento emocional do trabalho), diminuição da produtividade e, em casos mais graves, crises de ansiedade e depressão. Como resultado, o trabalhador pode ter sua qualidade de vida drasticamente reduzida, além de comprometer sua saúde mental e física.
Causas do burnout
O burnout é geralmente resultado de uma combinação de fatores individuais e organizacionais. Entre as causas mais comuns estão:
Sobrecarga de trabalho: Tarefas excessivas e prazos curtos podem levar ao esgotamento.
Falta de controle: Sentir que não se tem controle sobre o próprio trabalho ou que as decisões importantes são tomadas sem consulta ao trabalhador.
Reconhecimento inadequado: Esforços não reconhecidos ou recompensados podem desmotivar e levar ao burnout.
Ambiente de trabalho tóxico: Conflitos interpessoais, falta de apoio e uma cultura organizacional negativa são fatores que contribuem significativamente.
Desequilíbrio entre vida pessoal e profissional: A dificuldade em separar a vida pessoal do trabalho, especialmente em tempos de home office, pode agravar o estresse.
Números do burnout no Brasil
O burnout é um problema crescente no Brasil, especialmente em profissões que exigem alta dedicação emocional e física. Segundo dados da International Stress Management Association (ISMA-BR), cerca de 32% dos trabalhadores brasileiros sofrem com burnout. Esse número é alarmante e coloca o Brasil entre os países com maiores índices de burnout no mundo.
A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2023, realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde, revelou que cerca de 19 milhões de brasileiros foram diagnosticados com estresse crônico relacionado ao trabalho nos últimos anos, um dos principais indicadores do burnout. Além disso, profissionais da saúde, educação e serviços de atendimento ao cliente estão entre os mais afetados.
Outro dado relevante vem de uma pesquisa da consultoria McKinsey, que aponta que o burnout é responsável por aproximadamente 50% dos afastamentos do trabalho por motivos de saúde mental no Brasil. Esse cenário se agravou durante a pandemia, quando o aumento da carga de trabalho, a incerteza econômica e o isolamento social intensificaram o estresse dos trabalhadores.
Como prevenir o burnout?
A prevenção do burnout requer uma abordagem tanto individual quanto organizacional. Algumas medidas que podem ser adotadas incluem:
Promoção do equilíbrio entre vida pessoal e profissional: Incentivar a desconexão fora do horário de trabalho e respeitar o tempo de descanso dos colaboradores.
Reconhecimento e valorização: Oferecer feedbacks positivos e reconhecer os esforços dos trabalhadores pode ajudar a manter a motivação.
Apoio psicológico: Implementar programas de suporte emocional e psicológico, além de campanhas de conscientização sobre saúde mental no ambiente de trabalho.
Revisão da carga de trabalho: Ajustar as expectativas e as metas para que sejam alcançáveis e justas.
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